Teorias e Melancolias

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A Crítica Irônica de Douglas Gasking ao Argumento Ontológico: Deus Existe ou Deus Não Existe?

    O argumento ontológico, proposto por Santo Anselmo de Canterbury no século XI, tem sido um tópico central de debate na filosofia da religião. No entanto, essa discussão não está completa sem uma análise da crítica irônica de Douglas Gasking, que demonstrou uma possível contradição no raciocínio do argumento de Anselmo. Neste artigo, exploraremos a crítica irônica de Gasking, que sugere que a mesma lógica usada para provar a existência de Deus pode ser usada para "provar" que Deus não existe.


O Argumento Ontológico de Anselmo


    O argumento ontológico de Anselmo baseia-se na definição de Deus como o ser supremo, do qual nada maior pode ser concebido. A essência desse argumento reside na ideia de que, se podemos conceber a existência de Deus como algo necessário e perfeito, então Sua existência é inevitável. Este argumento é puramente lógico e não depende de evidências empíricas.


A Crítica Irônica de Gasking


    Gasking formulou sua crítica de maneira irônica, expondo uma aparente contradição no raciocínio do argumento ontológico. Ele apresentou o seguinte dilema:


  1. Suponha que a existência de Deus seja necessária, como propõe o argumento ontológico de Anselmo.
  2. Suponha que a existência de Deus seja impossível, por razões que podem ser lógicas ou metafísicas.


    Se aceitarmos ambas as suposições, estaríamos em uma situação aparentemente paradoxal. Se Deus existe necessariamente, Sua existência não pode ser evitada. No entanto, se Sua existência é impossível, ela é evitada. Portanto, isso levaria à conclusão de que Deus existe e não existe simultaneamente, o que é logicamente absurdo.


    Gasking usou esse argumento irônico para questionar a validade do argumento ontológico de Anselmo, destacando que a lógica do argumento poderia ser aplicada de maneira reversa para "provar" que Deus não existe, resultando em uma contradição aparente.


Resposta ao Argumento de Gasking


    É importante observar que a crítica irônica de Gasking não afirma que Deus não existe, mas sim que a lógica do argumento ontológico pode levar a resultados paradoxais. No entanto, essa crítica não é considerada uma refutação sólida do argumento ontológico em si, mas sim uma demonstração de que a lógica do argumento não é necessariamente conclusiva.


    Muitos filósofos continuam a debater o argumento ontológico e suas críticas, buscando determinar se ele constitui ou não uma prova válida para a existência de Deus. A crítica irônica de Gasking destaca a complexidade do debate e a importância de abordagens rigorosas e críticas na análise de argumentos filosóficos.

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